Animação suspensa.
É assim que me encontro.
Sensação estranha. Até para mim.
Difícil de ser transcrita.
Mas é molhado.
Sinto-me molhado; Estou molhado. O chão, também.
Choveu.
O céu esboça alguma reação.
É, não é fácil.
Não sei se o nublado escuro tornar-se-á claro e por fim azul,
ou se mais chuvas estão sendo formadas.
Temo pelo que possa vir.
Ironicamente, odeio depender do futuro.
Ironicamente, a vida é irônica.
Sinto um pesar. No coração.
Tristeza, melancolia, cansaço.
Típicas de um céu escurecido.
Agora que posso, hesito em voar.
Hesito.
Desejo ficar, mas, devo sair.
Se é melhor, ou não, não sei.
É cedo para saber.
Os estilhaços espalhados pelo chão dão sinais que as possibilidades de ficar são reduzidas.
Reluto em sair.
Reluto em deixar o lugar onde morei por tanto tempo.
Meu porto seguro.
Vejo uma luz, cada vez mais distante.
É, a tempestade foi forte.
Tudo foi-se com o vendaval.
E é por isso que solitário e molhado estou.
Agora sinto a dor. Sinto o baque.
Como se eu fosse a chuva.
Se saio ou se fico, não sei.
Sei apenas que devo prosseguir.
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