Hoje sinto desânimo, descrência.
Não sei por que.
Tenho os fatos à mão, entretanto não tenho as explicações necessárias para interpretá-los corretamente.
Sei que preciso ir mais fundo do que estou.
Sou fechado. Não era assim antigamente. Fechei-me conforme o tempo passou.
Criei muros à minha volta, para me proteger.
E, todo dia, pago o preço por essa falsa proteção.
Fechei-me aos perigos, e fechei-me também às flores que eventualmente posso receber.
Renego meu passado, por rancor. Sob muitos aspectos, desejo que ele não houvesse existido.
Evito tudo o que é ligado a ele. Criei um muro, entre meu presente e meu passado, para, quem sabe, se não for possível vê-lo,
eu o esqueça e acabe por me decepcionar menos. E assim, fechei-me ainda mais.
É certo? É justo? Provavelmente não. Tanto minha atitude quanto a que tomaram em relação à mim, muitas vezes.
Mas essa vida não é justa, não...
Que atire a primeira pedra quem nunca foi injustiçado e sofreu com e por isso.
Principalmente quando não temos o controle da situação, e, consequentemente, nada podemos fazer, além de olhar.
Às vezes queria que a vida fosse tão fácil e simples como desejo. Dessa forma, tudo isso seria irrelevante, desnecessário.
E talvez, sem graça.
Sou humano. O tempo passa e às vezes fraquejamos, cansamos de lutar, e ficamos descrentes em relação à certas coisas.
E como humano, às vezes tenho carências dignas de uma criança... ou dignas então de um romântico frustrado que, cansado, reflete sobre a vida.
Queria que certas coisas continuassem como estão, que certas pessoas fossem eternas em nossas vidas, e que na presença delas,
o tempo não passasse.
Queria que a vida fosse um pouco mais constante.
Que querer fosse um pouco mais próximo de poder. E que as distâncias não fossem distâncias.
Ah, seria tão diferente...
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