Thursday, March 25, 2010

Beyond the line

Quando, mais novo, ia ao Rio, sempre usava o metrô. E lá havia uma placa, chamativa, falando que "em 20 minutos, tudo pode mudar". Percebo que isso é verdade, e vou além: basta apenas um segundo. Explico isso com ironia: a vida é uma progressão de contagens regressivas.

Ontem, pretendia vir aqui escrever sobre limites e os motivos transitórios que os impõem. Não que não mereçam mais serem citados aqui, porém, hoje não mais é necessário - já se foram. Isso, obviamente, não apaga as marcas que este deixou (o rancor de alguém oprimido raramente perde poder de coação) - apenas a tênue linha que o determina deixa de valer. Entretanto, a demarcação não deixa de existir: apenas torna-se pontilhada. Como as fronteiras entre países que não existem mais, são apenas simbólicas.

Outros valores agora tomam-me o pensamento; os antigos tornam-se menos importantes. Percebo mudanças ocorrendo em meu interior. De fato, ocorrem, e não são poucas. Desta vez, as mudanças são boas, elas vêm para o meu bem, para meu apoio. O balanço da vida não mais me contagia: aprendi a permanecer estável.
Como se não bastasse, os males que me afligiam há anos, pouco a pouco, são derrotados. Com orgulho, aos poucos deixo de ser dependente e torno-me autossuficiente. Vejo-me cada vez mais equilibrado perante as situações nas quais perdia o controle.

Fico feliz com esse avanço. Certas situações só começam a ocorrer quando adquirimos maturidade para tal. A experiência é interiorizada de forma inesperadamente fácil, e o resultado é, muitas vezes, melhor que o previsto.

Sinto, agora, que dentro de pouco tempo estarei apto a alcançar novos voos, mirando novos e mais distantes objetivos. A época de transição finalmente começa a mostrar-me sua verdadeira face, aquela a quem almejei por tanto tempo. Finalmente, percebo que melhores dias são consequencias de nossas atitudes, nada mais.

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